Sobre ser quase o dia da criança...


Não há como não sentir saudade de ser criança, de ter os pais sempre por perto, de brincar na rua sem medo do que tem lá fora, de crescer junto aos primos, de viver sem se preocupar com o dinheiro pra hoje ou o  problema de amanhã.
 
Valeu a pena, não valeu? Pedaços do corpo cortados por se meter no meio do mato, rachar a cabeça por se balançar na rede de forma imprópria, furar o pé  no prego enferrujado, quebrar o braço por subir aonde não devia, ralar o joelho, cair inúmeras vezes de bicicleta, subir nas goiabeiras e até fazer casinha na árvore.
 
E apanhar da mãe... Valeu por isso sim, porque acredite a maioria de nós era uma bela peste quando pequenos. Claro que uma das grandes aventuras diárias era descobrir onde ela guardava a tal da 'vara'. Já o pai, não precisava bater, um olhar torto de reprovação e eu caia em prantos.
 
E os desenhos pela manhã na TV? Era só acordar e correr pra sala com o cobertor. Gritar por Nescau e ele aparecia pronto naquela caneca amarelo queimado. Aceitar um cachorro vira lata de um estranho, chegar em casa e a mãe mandar devolver...
 
E o colégio? Tortura pra mim. Tinha sempre alguém querendo me bater, puxar meu rabo de cavalo... E eu sozinha fazia o que? Isso mesmo, fugia de bicicleta. E dos primos? Sozinha contra todos eu me defendia a dentadas. Porque era a minha única arma na época.
 
E daí vem os irmãos, pra perturbar, roubar tuas coisas, chamar mais atenção que você... Mas que a gente acaba amando mais que tudo e volta a ser ainda mais criança em prol deles.
 
Não dá pra reclamar de ter sido criança e de ainda se sentir criança. Porque na realidade, pelo menos por dentro, a gente nunca deixa de ser.
 
Feliz dia das Crianças pra todos nós!
 
DIM
 

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