Ser cafona é não dar valor para o que vem de dentro.


Para falar a verdade, todo mundo tem um lado cafona. Eu sou muito cafona. Adoro ouvir Roupa Nova e cantar bem alto "eu te amo e vou gritar pra todo mundo ouvir".  Amo filme água com açúcar, daqueles bem previsíveis. E, é claro, gosto de novela mexicana. Paola Bracho, para mim, foi a melhor vilã da história das novelas.

Cafona mesmo eu acho é não tirar plástico do banco do carro. E do telefone. E gritar ao telefone. E conversar alto no cinema. E pisar nos outros para subir na vida. E usar roupa muito curta. E ser amigo de alguém só para conseguir algo em troca. E usar maquiagem pesada nos olhos e na boca. Acho que aqui vale "menos é mais": faz um olhão e pega leve na boca. E vice-versa.

Ser cafona é dizer que determinada coisa é "chique". É se deslumbrar com uma roupa ou um sapato. É achar que uma marca é tudo. É não ter nada dentro da cabeça. É tratar mal quem te presta um serviço (seja ele qual for). É não ter educação no trânsito, no elevador, na fila. É tentar tirar proveito de todas as situações. É não mover uma palha para ganhar o próprio dinheiro. É depender dos outros. É bater boca no meio da rua. É ser antipático com o vizinho e com o porteiro. É só falar abobrinha. É não ser polido. É desejar o mal. É não saber segurar os talheres. É mastigar de boca aberta. É sentar de perna aberta. É não respeitar o espaço do outro. Ser cafona é não dar valor para o que vem de dentro.

Clarissa Corrêa, por mim.

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