E quando a gente chega lá...

          De vez em quando bate aquele desajuste de sentimentos, já que nem sempre entendo direito o que quero. E frequentemente fico um pouco apreensiva quando conquisto o que tanto desejo. Agora você diz que estou maluca, que é incrível realizar um sonho antigo, que a felicidade mal cabe no peito e quando a vida nos responde com um "sim" as borboletas voam agitadas e serelepes pelos nossos trêmulos estômagos. 
             Sim, é verdade, realizar um sonho é delicioso, mas assustador. Você se esforça loucamente para chegar ao objetivo, mas quando está com ele na palma da mão direita fica sem ação ou reação. O desconhecido pode causar certa antipatia ou até mesmo desgosto. A verdade é que passamos boa parte da vida perseguindo alguma coisa, indo atrás de algum desejo, reunindo esforços para conquistar uma meta. 
             E quando ela está ali na nossa frente, inteira, viva, intensa acaba perdendo a graça, trazendo velhos medos à tona ou nos deixando profundamente confusos. Será que era isso mesmo que eu queria? Será que não era muito melhor ficar lutando para conquistar meu objetivo do que tê-lo bem aqui no meio dos meus dedos? O que faço agora que cheguei lá? Muito mais do que estar lá nós queremos chegar lá. 

Clarissa Correa

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